terça-feira, 30 de abril de 2013

Plural - Você sabe qual é o plural de ‘mulherzinha’? E de ‘balãozinho’? - Gramática - Matéria Português - Dicas de Português - Língua Portuguesa



Você sabe qual é o plural de ‘mulherzinha’? E de ‘balãozinho’?

1. “Mulherzinhas ou mulherezinhas?”

O plural das palavras cujo diminutivo é feito com o sufixo “zinho” deve obedecer à seguinte regra: 1o) pôr a palavra primitiva no plural (sem o “s”); 2o) acrescentar o sufixo “zinho” mais o “s”.

Observe o esquema: papelzinho – papei+zinho+s = papeizinhos; balãozinho – balõe+zinho+s = balõezinhos; animalzinho – animai+zinho+s = animaizinhos; florzinha – flore+zinha+s = florezinhas.

Assim sendo, segundo a regra, o plural de mulherzinha seria mulherezinhas (mulhere+zinha+s).

Devido ao uso consagrado, entretanto, é aceitável também a forma mulherzinhas. Isso vale para as palavras terminadas em R: florezinhas ou florzinhas, mulherezinhas ou mulherzinhas, barezinhos ou barzinhos, melhorezinhos ou melhorzinhos…



2. “Luzinhas ou luzezinhas?”

No caso das palavras luzinha e cruzinha, o sufixo para o diminutivo é “inho” (a letra “z” pertence à raiz da palavra). Não se aplica, portanto, a regra acima. Basta pôr a desinência “s”: luzinhas e cruzinhas.



3. “Ultrasonografia tem um ou dois esses?”

Segundo o novo acordo ortográfico, quando usamos prefixos dissílabos terminados em vogal (auto, contra, extra, anti, sobre, mini, tele, micro, ultra…), só usamos hífen se a palavra seguinte começa por “h” ou vogais iguais: auto-hipnose, auto-observação, contra-ataque, anti-inflamatório, sobre-erguer, mini-internato, mini-hospital, micro-ondas…

O correto, portanto, é sem hífen: ultrassonografia, com dois esses para manter o som de /s/. Um esse entre duas vogais tem som de /z/.



4. “A palavra meio só varia quando for um adjetivo?”

A palavra meio só varia quando significa “metade”. Em geral, é numeral: “Comeu meia banana”; “Só leu meia página”; “Bebeu uma garrafa e meia de cerveja”; “É meio-dia e meia”. Pode ser adjetivo também: “Disse meias verdades”.



5. “Qual é o plural da palavra modem?”

A palavra modem vem de MODulador/DEModulador. Deve seguir o plural das palavras terminadas em “em”: jovem – jovens; ordem – ordens; homem – homens; modem – modens.

6. “Tem de ou tem que ser feito algo?”

Tanto faz. Em textos mais formais, prefiro “tem de”; em textos mais coloquiais, prefiro “tem que”. As duas formas são aceitáveis.



7. “Comunicamo-lhe ou comunicamos-lhe?”

O uso do pronome “lhe” em ênclise não afeta a forma verbal. Assim sendo, não cortamos o “s”. O certo é “comunicamos-lhe”. Cortamos o “s” quando usamos o pronome “nos”: encontramo-nos, reunimo-nos.



8. “Isso é um problema entre eu e o Pedro OU entre o Pedro e eu?”

Nem uma coisa nem outra. O correto é dizer “entre mim e o Pedro” ou “entre o Pedro e mim”. Por não ser o sujeito da oração, devemos usar o pronome oblíquo tônico (mim) em vez do pronome reto (eu).



9. “Quando podemos utilizar o verbo haver no plural?”

O verbo haver deve ser usado somente no singular quando significa “existir, ocorrer, acontecer” ou quando se refere a “tempo decorrido”: “Haverá muitas pessoas na reunião”; “Houve alguns incidentes”; “Havia dez anos que não nos víamos”.

Em outras situações, o plural é correto: “Os auditores se houveram bem no seu trabalho”; “Os dirigentes houveram por bem adiar a reunião”.

10. “Tudo que fizerem ou tudo o que fizerem?”

Tanto faz. O uso do pronome “o” não é obrigatório. Sem o pronome “o”, o pronome relativo “que” substitui o pronome indefinido “tudo”. Com o pronome “o”, é como se disséssemos “tudo aquilo que fizerem”. Nesse caso, o pronome relativo substitui “tudo aquilo”.

Crítica do leitor

Deu nesta coluna: “É interessante observar a discordância no primeiro caso: para a ABL é choparia; para o Aurélio é choperia. Proponho um chope para discutirmos o assunto.”

Comentário do leitor: “Acho que o senhor incorreu em algo que detesta: reduzir fatos linguísticos a discussões simplistas do tipo certo ou errado. Se ambos os sufixos têm vida corrente na língua, com função e significados idênticos, resta comprovar se a aplicação, escolha ou preferência de um sufixo em relação ao outro, na composição de determinadas palavras, é arbitrária ou resulta de condicionamentos morfofonéticos ou semânticos. A eufonia é que deve, provavelmente, ditar a escolha/exclusão de um ou outro sufixo. Fora isso, nada obstaria, a nosso ver, que se registrassem as duas grafias: uma como variante da outra.”

Também acho. Nada contra choparia ou choperia. Importante mesmo é o chope. Propus o chope exatamente porque não vejo motivo para optar por um e considerar o outro um “erro”. Por que não aceitar as duas formas?

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